De acordo com os estudos científicos, o conceito de nicho climático refere-se à faixa de temperatura na qual os seres humanos podem viver sem serem expostos a condições excessivamente frias ou quentes, geralmente variando entre 13°C e 27°C. No entanto, uma pesquisa publicada na revista Nature Sustainability analisou o impacto que um aumento de 2,7 graus Celsius na temperatura global até o final do século teria sobre a população humana. Os resultados revelaram que até 2030 cerca de 2 bilhões de pessoas estarão fora desse nicho climático, um número que pode aumentar para 3,7 bilhões até 2090.
Esse estudo apontou que várias populações, especialmente em países como Nigéria, Paquistão, Filipinas, Indonésia e Índia, serão particularmente afetadas. Essas nações estarão expostas a temperaturas perigosamente altas, o que pode resultar em uma grande reorganização dos locais de habitação humana e causar mudanças significativas na habitabilidade da superfície do planeta.
Nos últimos anos, mais de 600 milhões de pessoas já foram afetadas pela catástrofe climática, sendo expostas a condições mais quentes e secas. Além disso, países como Mali e Burkina Faso têm enfrentado aumentos de temperatura sem precedentes e o consequente aumento do nível do mar, sofrendo sérios danos devido ao aquecimento global.
Cenários mais pessimistas indicam um possível aumento de temperatura entre 3,6°C e 4,4°C até o final do século, o que resultaria na exclusão de metade da população global do nicho climático. Esse cenário teria graves consequências, incluindo um aumento na taxa de mortalidade, uma vez que temperaturas de 40°C podem ser letais, especialmente em regiões com alta umidade, onde a capacidade do corpo de se resfriar para manter o funcionamento adequado é prejudicada. Além disso, haveria impactos negativos na agricultura, maior propagação de doenças e um aumento na ocorrência de eventos climáticos extremos, como tempestades, secas, ondas de calor e incêndios florestais.
