Um estudo recentemente publicado no Journal of Alzheimer’s Disease Reports revelou descobertas intrigantes sobre os efeitos das caminhadas rápidas no envelhecimento cerebral. Segundo essa pesquisa, é possível reverter ou retardar o declínio cognitivo por meio dessa atividade física.
Os neurocientistas envolvidos no estudo observaram que as pessoas que se exercitam regularmente, mesmo apresentando um declínio cognitivo prévio, desenvolvem conexões neurais mais fortes. Além disso, descobriu-se que a caminhada rápida estimula o crescimento de neurônios, o que fortalece a memória.
No estudo, participaram 33 idosos com idade média de 78 anos. Eles foram submetidos a diferentes testes de memória, como associação de palavras orais controladas, memória narrativa e aprendizagem auditiva verbal de Rey. Metade dos participantes incorporou caminhadas rápidas em sua rotina, realizando-as regularmente durante 12 semanas, por 30 minutos, quatro vezes por semana. Durante essas caminhadas, especialistas acompanharam e avaliaram a velocidade e a capacidade de exercício de cada participante.
Com o envelhecimento, é comum ocorrer uma redução fisiológica do volume cerebral total, conhecida como atrofia cerebral. Essa atrofia pode estar associada a doenças neurológicas e problemas cognitivos. A quantidade de redução no volume cerebral é um importante indicador da saúde cognitiva em idosos, sendo que uma maior redução aumenta o risco de desenvolvimento de demência e perda cognitiva. Por outro lado, um maior volume cerebral geralmente está relacionado a um melhor desempenho cognitivo, refletindo uma maior capacidade de memória, atenção, processamento de informações e raciocínio. Essa medição é realizada em centímetros cúbicos.
Assim, além dos benefícios já conhecidos das atividades físicas regulares, como a melhoria da capacidade cardiorrespiratória e o fortalecimento muscular, elas também têm um impacto positivo no cérebro dos idosos. É importante destacar que o desempenho biológico do cérebro atinge o ápice por volta dos 30 anos e, a partir dos 60 anos, ocorre uma redução de aproximadamente 5% no volume cerebral a cada década de vida. Portanto, as caminhadas rápidas podem desempenhar um papel crucial na preservação da saúde cognitiva durante o processo de envelhecimento.